domingo, 22 de fevereiro de 2009

Grota Funda

A EDUARDO BARROX

Por Euclides Sandoval

Almas constroem almas, almas enterram almas. Almas de vivos, almas de mortos. Há quem o conheceu e conviveu com ele. É para estes que, ao amanhecer de hoje, escrevo. Os que vão, tomando atalhos, vida em corte esquizofrênico, já foram nutridos pela morte. Almas cuidam de almas... Creio nisso. Ele, dois nomes. Um, aterrado em solo urbano. O outro, cosmopolita. É como estar aqui e caminhar ao lado do Sena. Dois mundos, duas vidas, numa só pessoa. Arte, o amálgama. Impossível não acreditar no espírito, quando se é tão fecundo. Espírito que continua nas próprias lidas. Tão ele, e tão integrativo. Dava pouca importância – ao que parecia – às coisas do mundo quantofrênico: compromissos de medida e preço. Espírito irrequieto, alquimista da imagem e da palavra. Sempre vendo as coisas em perspectiva. Envolvido e distante, ao mesmo tempo. Daí ser surpreendido por um corte abrupto. Num golpe de mestre, sua arte, rara arte, sobrevivia nas muitas publicações que criou. Valorizava os desconhecidos do sistema cultural, sem se submeter aos cânones que empobrecem a criatividade. Versátil, muito humano, despertava sensibilidades. Ele se acompanhava de gênios e tolos, muitos já passados. Eu, um dos tolos, meus textos e folhetim incompleto. Despertava lampejos de fé em nós mesmos. Nas relações, muitas vezes não o compreendiam e, de fato, chegava a infringir essa coisa tão bem repartida – o bom senso. Existia para transgredir, graças ao próprio e espetacular talento de artista amplo e completo. O caráter cosmopolita sempre presente. Até sofisticação. Profundamente e demasiadamente sensível, costumava brincar nas relações com quem elegia como mais próximo de seus desejos e aspirações. Sei que escrevo de forma medíocre e anárquica, sem pretender embrulhá-lo como mercadoria. Eu o conheci muito pouco. Uma pouquice inesquecível. Trabalhamos juntos, como voluntários, em um jornal. Sempre nos entendemos, até nos completando. Deixou nossa cidade, aquele belo painel da praça, criação dele e de outros grandes artistas daqui. Aqui e de lá de São Paulo me publicou. Aceitou colaborar no meu teatro, quando fiz Molière, e num ensaio fotográfico, entre sonoros tonéis de vinho. Disponível para os amigos. O atalho, por certo, não foi para o nada. Sei que continuará nos inspirando.

Por Élsie Costa


Eduardo, como muitos artistas era uma pessoa avessa às banalidades. Seu comportamento incomum e de espírito critico, deixou marcas. Foi colaborador de vários jornais em Atibaia e região como o Jornal Opinião, Fim de Semana, e realizador dos Jornais Luzes da Cidade, Blow Up, Plaza Jornal, Jornal da Praça e Café Literário (realizado na Praça Benedito Calixto), o que fazia acontecer independente de qualquer dificuldade operacional ou financeira.
Os jornais feitos pelo Eduardo eram dotados de grande beleza estética, com diagramação primorosa e arrojados. Sua capacidade aliada à grande afetividade se contrapunha aos vícios do cotidiano primário, das relações pobres do toma lá, dá cá. Seus textos sensíveis e contundentes ao lado de imagens fortes e belas enchiam nossos olhos, nossa alma

Mario Merege em "Outros Caminhos"

EXPOSIÇÃO "POR OUTROS CAMINHOS"

M.MEREGE - Mario Merege Junior é natural da cidade de São Paulo . Desde 2000 reside em Atibaia, é funcionário público do Estado e tem a fotografia como hobby.
Após mudar-se para Atibaia, passou a fazer parte do Clube Atibaiense de Fotografia, que o ajudou sobremaneira, a desenvolver sua visão de fotografia como arte.
Para ele a fotografia transcende a barreira da linguagem, pois aumenta sua compreensão de mundo e incorpora à sua vida uma sensibilidade mais aguçada em relação à beleza. Assim, para a maioria das pessoas, a imagem dos galhos secos de uma árvore no meio do deserto nada representa, mas para o fotógrafo, tal imagem pode estar cheia de vida e beleza e é através da foto que ele tenta passar essa visão.
Para a exposição "Outros Caminhos", Mario apresenta fotos obtidas de locais pouco conhecidos do público em geral, distantes dos grandes centros urbanos. Essa fuga das grandes cidades está relacionada com sua visão mais "campestre" sobre a arte da fotografia e é essa visão que ele procura transmitir em suas fotos.
EXPOSIÇÃO "POR OUTROS CAMINHOS"
Local : ESPAÇO REVELAR- Al. Lucas Nogueira Garcêz 3.062
DE 19/02/2009 A 25/02/2009

M.Merege


M.Merege