Eu desejo aos jovens que se apaixonem pelos livros. Sintam o perfume da roseira poética de Cora Coralina. Manifestem o anseio por uma sociedade mais justa com Brecht e Maiakovski.
Brinquem de poesia com Mario Quintana, de óculos azuis ao sol do meio dia viagem ternamente com as historias de Zelia Amada Gatai, amadureçam as idéias sob a enigmática inspiração de Lispector. Talvez a cegueira branca de Saramago aproxime-nos de outros sentidos. Só não se esqueçam do sertão, pois, nele vai chover Guimarães. Aprofundem-se em Graciliano, ele mesmo como ninguém cavou com palavras as sombras da alma humana. Sonhem com Catulo, Patativa, João da Luz, Barreto, Cordel do Fogo Encantado, Castanha, Sabiá e Pimenta.
E se acaso um dia necessitarem...mergulhem nas águas vermelhas da despoesia de Manoel de Barros, que certa vez escreveu: Poesia é a infância da língua. Sei que meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidade.
Texto de Juliana Gobbe, coordenadora do Espaço de Criação Literária da Ala Jovem da Academia Literária Atibaiense
