terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Marisa Lajolo

Marisa Lajolo no Café Filosófico Terra Brasil

Os cafés filosóficos surgiram em Paris, França, em 1992, por iniciativa do filósofo Marc Sautet. Rapidamente o evento encontrou seguidores em vários países, incluindo o Brasil, onde primeiramente surgiu em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na França, atualmente existem mais de 250 locais de reuniões espalhados por todo seu território.
Em 2008, a Escola Terra Brasil numa atitude ousada resolve fazer parte deste universo e traz para Atibaia o Café Filosófico promovendo quatro encontros com as presenças de renomados professores da Pontifícia Universidade Católica, PUC – Campinas. Em agosto de 2009, a quinta edição contou com a brilhante participação de Marisa Lajolo que discorreu sobre “A importância da leitura em nossas vidas e o momento que começamos a compreender o mundo em nossa volta”. Formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), onde também fez mestrado e doutorado. Lajolo é pós doutora pela Brown University e atualmente professora titular no Departamento de Teoria Literária da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O Terra Brasil em Foco entrevistou Marisa Lajolo para conhecer um pouco mais sobre sua vida pessoal e profissional.


Infoco: A paixão pelas palavras e livros nasceu quando?
Lajolo: Quando eu ainda era menina. Meus pais me contavam muitas estórias e me incentivavam à leitura. Mais tarde, na escola, os professores indicavam livros aos alunos, aos doze anos li Inocência de Visconde de Taunay. Também gostava de ganhar livros de presente. Lembro-me de um em especial: O Velho e o Mar, de Hemingway.
Infoco: Cite um autor que te emociona.
Lajolo: Não vou falar de Monteiro Lobato que é meio óbvio. Acho que, Jorge Amado.
Infoco: Música combina com palavras?
Lajolo: Muito. Aliás, as palavras são sonoras. Acho que eu tenho mais ouvido para a música das palavras que as musicais... Ouça a rima, o trocadilho, é música pura.
Quanto a estilo, gosto de música popular brasileira, de Chico Buarque e Caetano Veloso. Ultimamente tenho ouvido com mais atenção os grupos de periferia, os cantores de rap, que representam para um grupo bastante significativo de jovens de hoje, o que Chico representou para a minha geração.
A arte, nela mesma, não tem valor ético, ela educa tanto para o bem quanto para o mal.
Infoco: Cite uma frase ou palavra que seja importante.
Lajolo: Citando Drummond: É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio..
Infoco: Uma personalidade que admira.
Lajolo: Martin Luther King e, no Brasil, Monteiro Lobato.
Infoco: Seu trabalho é sensivelmente voltado ao incentivo à leitura entre jovens. Como vê a obrigatoriedade da leitura de determinados títulos e autores com finalidade específica, ou seja, passar no vestibular. Não acha que a paixão pela leitura deveria ocorrer por meio da liberdade de escolha, pelo prazer?
Lajolo: Atualmente há dezenas de pesquisas que concluem coisas opostas, tanto de um lado quanto de outro. O problema é o seguinte: hoje em dia muitos jovens não têm autonomia de leitura, faltam repertório e vocabulário para compreensão do texto. Há necessidade de uma base técnica que antecede à leitura. Por outro lado, se você deixar, os jovens só lerão o que é mais fácil de entender.
Infoco: Sabemos da importância da leitura, mas como despertar o interesse de crianças e jovens oriundos de famílias sem nenhum recurso cultural?
Lajolo: Um grande desafio da escola e do professor. É importante as crianças terem acesso aos livros. É um passo fundamental, contudo, mais importante é o comprometimento do professor com a leitura, senão, de que adianta ter a melhor biblioteca ? . O professor é mais importante que um secretário de educação.

Infoco: Como vê a iniciativa da Escola Terra Brasil em promover os cafés filosóficos?
Lajolo: Tive a melhor das impressões. A experiência mostrou-me que temos que usar a criatividade para trazer mais eventos culturais. Adorei o convite. O público prestou atenção, o ambiente é muito acolhedor, ambiente de café, intimista. Seria interessante que todas as escolas fizessem o equivalente. Não podemos nos acomodar diante da carência cultural.

Marisa Lajolo é ganhadora do Prêmio Jabuti 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Unkenrufe, do polonês, significa maus presságios



autoria Marcela Alvim

Uma fotografia não é só uma imagem - é olhar vigilante - exclusivo. Ninguém vê como você vê.

Coisas do Zé

Festival de Dança - Afrika



A magia e os mistérios da África representados na arte da dança

O Studio de Dança Irany Sguillaro – Sapatearte apresentou em 14 de novembro o Festival Anual de Dança que lotou as duas sessões realizadas no Centro de Convenções Victor Brecheret. O espetáculo temático “Afrika” reuniu a dança, em suas várias modalidades, como balê, Hip Hop, sapateado e explorou brilhantemente as artes cênicas em todas as coreografias.
A abertura contou com a participação de dois grupos convidados: Os Sambateadores, sapateadores integrantes da Escola de Samba Mocidade Alegre, vencedora do carnaval 2009, com coreografia e participação de Christiane Matallo e dos bailarinos Ariele Gomes e Junior de Souza, que apresentaram Dom Quixote, coreografia de Marius Petipá com remontagem de André Malosá.
No primeiro ato os alunos apresentaram coreografias dos mistérios e cultura africanos, assinadas por Irany Sguillaro, Marcela Sguillaro Rubo, Letícia Turela, Marcia Manganelli e Felipe Oliveira. Vale destacar o Safári, encenado pelas pequenas bailarinas com a trilha sonora do filme Rei Leão.
No segundo ato a sapateadora Christiane Matallo e grupo voltam ao palco com Terreiro dos Pés, abrindo caminho para evocações da religiosidade e diversidade da cultura afro-brasileira. O encerramento foi marcado pela convergência de ritmos como o samba, a sonoridade vinda dos pés dos sapateadores e a ginga da percussão do grupo de capoeiristas comandados por Mestre Carlinhos da Academia Pescadores.

Casa Aberta - FAAT



O 1º Casa Aberta das Faculdades Atibaia (FAAT), realizado no Campus Dom Pedro, promoveu um grande encontro entre estudantes do ensino médio, vestibulandos e seus familiares, comunidade local, de cidades vizinhas e a instituição.
Com a missão de informar e esclarecer dúvidas sobre os cursos e profissões o Casa Aberta contou com uma programação variada que incluiu exposição de trabalhos acadêmicos, exibição de filmes, mini-cursos, palestras e apresentações das bandas Sinfônica e Karimanthu e grupos de capoeira.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Conferência de Cultura revelou o amadurecimento do setor

Nos dias 19 e 20 de outubro, no Fórum Cidadania, foi realizada a 2ª Conferência Municipal da Cultura. No primeiro dia foram debatidos e eixos temáticos apresentados pelos grupos e representantes inscritos. No segundo dia foi realizada a votação, na qual foram eleitos 20 delegados, sendo 10 suplentes, os quais representarão Atibaia nas conferências estadual e federal. Na oportunidade também foram eleitas as entidades que comporão o Conselho Municipal de Cultura, que segundo previsto deve ser constituído por 50% de representantes do poder publico e 50% por entidades da organização civil.
Segundo dados da Secretaria de Cultura e Eventos, o resultado foi o seguinte: Associação Difusão Cultural de Atibaia (84 votos), Corporação Musical 24 de Outubro (79 votos), APAFAMA – Associação de Pais e Amigos da Fanfarra Municipal de Atibaia (74 votos), O.V.C.A. - Orquestra de Viola Caipira de Atibaia (67 votos) Fraternidade Universal Projeto Curumim (51 votos), S.I.M.Bi.O.S.E. - Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (43 votos), ALA – Academia Literária Atibaiense (43 votos), Instituto de Arte e Cultura Garatuja (42 votos), AUCAR – Associação de Umbanda e Candomblé de Atibaia e Região (40 votos), AMADA – Associação dos Moradores e Amigos do Alvinópolis (19 votos), U.E.S.A. - União das Escolas de Samba de Atibaia (06 votos).
No entanto, o resultado foi questionado por alguns artistas e produtores locais, que segundo afirmam, as entidades que venceram já mantém convênio com o poder público. Outra questão levantada foi à verba do Sistema Nacional de Cultura que será destinada ao Fundo Municipal de Cultura.
Vitor Carvalho, secretário-adjunto da Cultura, esclareceu que a eleição ocorreu de forma democrática, respeitando as leis e o regulamento determinado pelo Conselho Municipal de Cultura. Em relação à verba do Sistema Nacional de Cultura, disse: “o Sistema tornará obrigatório o investimento de 1% da arrecadação dos municípios na área da cultura, assim como já acontece com os obrigatórios 25% para educação e 15% para saúde. Vale lembrar que a grande maioria dos municípios brasileiros não atinge 1%. Em Atibaia já atingimos a marca de quase 1,7%, portanto, nada será alterado”. O que precisa ser mobilizado é a criação de novos mecanismos para que gerem mais recursos para o fundo municipal de cultura, que através de sugestões do Conselho Municipal de Cultura ao executivo, destinará os valores. Lembrando que por lei, o Conselho Municipal de Cultura é consultivo e não deliberativo. E conclui: “apesar de muitos defenderem a posição de que o Conselho deveria ser deliberativo, quem responde ao Tribunal de Contas pelas leis vigentes é o poder público municipal já constituído de forma legítima e democrática”.
Os diferentes posicionamentos fazem parte de um processo de amadurecimento e, sobretudo, de fortalecimento do setor. A própria diversidade pressupõe o respeito às diferentes opiniões. O importante é que haja consenso no bem maior que é a cultura para todos.
Reconheço, no entanto, uma falha no modelo. Por que só entidades podem pleitear participação na votação? Como ficam, por exemplo, os indivíduos que desenvolvem ações importantes na cultura e não puderam participar do processo por não serem associados a nenhuma entidade?

sábado, 24 de outubro de 2009

Mudança de Paradigma

MUDANÇA DE PARADIGMA

Artigo escrito em 2007, contudo, sob meu ponto de vista, permanece atual.

Marta Alvim

O amadorismo e política da ausência que por anos impediu a cultura como direito de cidadania vem sendo substituído por políticas públicas culturais. Embora recente, e ainda em fase de processamento de transformações, esta mudança de paradigma que vivenciamos atualmente em Atibaia pontua como direito básico as manifestações artísticas e culturais. Fato que beneficia tanto o cidadão no direito de se desenvolver culturalmente, quanto aos artistas e produtores culturais, na visibilidade e valorização de seus produtos.
Outra questão extremamente relevante foi a renovação dos espaços e aquisição de bens patrimoniais culturais, vale destacar que, há alguns anos, a Casa da Cultura Jandira Massoni era o único local público destinado às apresentações de teatro, literatura, música, exposições de artes visuais, porém, pela limitação do espaço ocorria inevitavelmente a desvalorização da produção.
Atualmente estruturas físicas como Centro de Convenções Victor Brecheret, atendem parcialmente a demanda destas produções e propicia melhores condições de fruição. O Cine Itá é outro espaço que se reformado irá se transformar numa excelente opção. Com o crescimento do segmento já podemos vislumbrar novas necessidades.
No decorrer destas mudanças houve simultaneamente a necessidade de organização e profissionalização dos grupos e indivíduos produtores, fato que eliminou definitivamente o ranço paternalista. Os movimentos artísticos e culturais para terem legitimidade devem ser organizados e desenvolvidos de forma independente.
Por outro lado cabe ao governo, através da Secretaria de Cultura e Eventos manter programas de fomento cultural no sentido de viabilizar a participação destes produtores contemplando projetos por meio de editais regulares e calendário de eventos. A profissionalização do segmento visa assegurar meios para captação de recursos.
A “Operação Fênix” no cenário cultural de Atibaia pode ser observada pela criação da Orquestra Sinfônica Jovem de Atibaia, no programa Música e Cidadania, Festival de Cinema, Orquestra de Viola Caipira, Museu da Gravura, Pinacoteca, Orçamento Participativo, Oficinas Comunitárias, entre outras.
Nesta mesma direção caminham os institutos e associações não-governamentais culturais que cada vez mais tem contribuído para o fortalecimento da arte e cultura.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Banda Sinfônica Primeiro Movimento - Atibaia



O concerto Meu Brasil Brasileiro apresentado em 11 de outubro, no CCVB, pela Banda Sinfônica Primeiro Movimento destacou grandes nomes do cenário da musica brasileira. O programa temático, como já é tradição das apresentações da banda, permite que além da apreciação musical o público contextualize os movimentos e amplie o conhecimento sobre a época e a vida dos compositores. Neste sentido, entre uma obra e outra, e de forma didática, o maestro Daniel Nery conduz a viagem musical e no tempo.
O espetáculo contou com a participação de um grupo vocal, sob orientação de Lico Candeias, especialmente criado para o evento. Cantores com experiência em diversos corais de Atibaia formaram um grupo seleto que agradou. Quem sabe nasce aí o coral da Banda Sinfônica Primeiro Movimento!
Um aparte que merece destaque é a visível profissionalização e crescimento da banda - mesmo num cenário de dificuldades de patrocínio, fato que infelizmente é comum no Brasil, ela tem superado com mérito as crises e atualmente é porta de entrada para jovens músicos de Atibaia e região.

domingo, 20 de setembro de 2009

La «blonde des toilettes» au festival du film Contis

La «blonde des toilettes», c'est Loira do Banheiro, une figure du patrimoine brésilien qu'un plasticien et photographe présente, parmi d'autres oeuvres, au festival international du film de Contis.

Contis-Plage : petite station balnéaire perchée sur la dune landaise. Ici le patrimoine, c’est le phare (le seul de la cote en activité), avec ses deux bandes noires et blanches s’enroulant autour de sa façade, et les vieilles bergeries en bois et torchis de l’arrière pays, classées pour empêcher leur transformation en résidences secondaires.

Hors des sentiers battus, on vient aussi à Contis en septembre pour le festival international du film, monté dans le cinéma situé entre le phare et la plage. Ses responsables, Betty Berr et Rainer, y proposent une sélection de courts et longs métrages primée à l’applaudimètre par les spectateurs.

Cette année, la mise en scène de l’événement confiée à Victor Carvalho, plasticien et photographe brésilien relie le festival aux journées du Patrimoine. Marionnettes géantes de carnaval, processions latinos projetés sur les façades, guirlande de «banderinhas», l’artiste propose une balade dans l’imagerie populaire de son pays. (Lire la suite)



Dans la rue barrée à la circulation par deux gros rochers, une bande de grosses têtes en carton fichée sur des squelettes en bois gardent l’entrée du Cinéma de Contis. «Habituellement ces marionnettes accompagnent les festivités du Carnaval, explique Victor Carvalho. Ces personnages mêlent les figures du passé et celles d’aujourd’hui.»

Aux côtés d’Elvis Presley et d’Amy Whinehouse, il y a les vedettes locales. Les plus connues sont «Loira do Banheiro» (la blonde des toilettes), une sorcière dont la simple évocation empêche les enfants brésiliens de faire les 400 coups dans les lavabos des écoles, et «Saci Pererê», l'esclave noir unijambiste, fumant la pipe, né dans un tourbillon de vent. «Avant on lui attribuait tous les mauvais coups. Les nouvelles générations l’ont transformé en gardien de la selva brésilienne, icône de la cause écolo», précise Victor.

A la nuit tombée, la façade de l’immeuble voisin du cinéma se transforme en écran géant. Couleur sépia sur mur blanc, les images des «Congadas», les processions de bandas des fêtes de Noël brésiliennes, y sont projetées. «Ces célébrations remontent à 200 ans en arrière, autant dire à l’antiquité dans l’histoire du Brésil qui n’a qu’un demi siècle d’existence, commente l’artiste. C’était la seule fête permise aux esclaves par les fazendeiro, les grands propriétaires terriens brésiliens.»

En levant les yeux, les «banderinhas», les guirlandes de fanions accrochées aux poteaux donnent le sens du vent. Ce jeudi 17 septembre 2009, jour de l’ouverture du festival, il vient du large. «Il va peut être pleuvoir», commente un autochtone. «Au Brésil, on dit que ces décorations visibles dans toutes les fêtes servent à colorer le ciel», lui répond Victor.

«Les journées du Patrimoine n’existent pas dans mon pays, ajoute-t-il. Personne ne se soucie de conserver la mémoire architecturale comme en France. Résultat : elle disparaît au profit de la spéculation immobilière. Je le regrette.»

Jean-Manuel Escarnot, envoyé spécial à Contis.
http://www.libebordeaux.fr/

Commentaires
Vitor Carvalho, artista do mundo!

Rédigé par: Marta Alvim | 19/09/2009 à 23:48

Je suis passé à Contis, hier, dans l'après-midi. Un temps correct m'a permit de profiter d'un mélange détonnant de traditions locales et internationales dans le cadre des Journées du Patrimoine et du festival du Court-mètrage.
La présentation de la Pinasse (bateau de pêche) et de la vie d'antan sur le "Courant de Contis" cotoyait avec bonheur le Festival, comme chaque année largement ouvert à l'international (Brésil entrautres).
Tout cela, bien sûr, sous le regard bienveillant du Phare.
Merci à tous les organisateurs.




Rédigé par: Dedou40 | 20/09/2009 à 09:35

domingo, 13 de setembro de 2009

Exposição fotográfica destaca as belezas naturais do bairro Esmeralda

“A ação despertou o sentimento de pertencimento das crianças e jovens moradores do bairro e entorno”

Após quatro meses de aprendizagem sobre teorias e práticas fotográficas, 22 alunos, entre 8 e 18 anos, frequentadores das oficinas de artes do Espaço Crescer – Livre Criatividade, localizado no bairro Esmeralda, apresentam a exposição “O Esmeralda é Verde”. A mostra reúne 36 fotografias destacando suas paisagens, a partir da percepção e sensibilidade dos jovens moradores.
O Espaço Crescer – Livre Criatividade foi fundado em 1998, pela arte-educadora Suely Ferrari, e atende aproximadamente 430 pessoas, entre crianças, jovens e adultos dos bairros Chácaras Fernão Dias, Esmeralda e Tanque. A entidade oferece cursos de Educação Física, balê, artes plásticas, violino, informática, redação, tear e artes marciais, além de apoio escolar e refeições. As aulas são nos períodos da manhã e da tarde e as crianças e jovens precisam frequentar regularmente a escola.
O projeto fotográfico teve início em abril de 2009, sob orientação da jornalista e artista plástica Marta Alvim, educadora do pólo, com o objetivo de promover o desenvolvimento sociocultural, e, sobretudo, despertar o sentimento de pertencimento das crianças e jovens moradores do bairro e do entorno. Incentivando por meio da experiência e seus desdobramentos afetivos e críticos, a importância do local onde vivem.
No primeiro módulo os alunos tiveram contato com o equipamento analógico, do corpo da câmera, seu funcionamento e teoria básica. A partir deste aprendizado os jovens fotógrafos foram em busca das melhores imagens. As saídas fotográficas promoveram encontros criativos e inusitados.
Para Jessica Fernandes, 14 anos, o resultado foi ótimo: “nunca tinha imaginado que aqui tinha tanta coisa bonita. Acho que é porque eu nunca tinha parado para olhar, e a fotografia me despertou. Fomos capazes de fazer fotos incríveis”. E destaca: “agora eu fico observando tudo: desenhos das nuvens, a cor das montanhas, e também fico atenta a preservação do meio ambiente. Comecei a reparar e gostar do meu bairro”.
A exposição será aberta hoje, 29 de agosto, às 15h30, no Chá da Tarde, evento beneficente, juntamente com a apresentação dos alunos de violino do professor Ricardo Lessa e participação especial de Victor Rolfsen, voz, teclado e guitarra.
Agende: Rua São Vicente, 867, Jardim Paulista, Atibaia. Os convites podem ser adquiridos no local. A exposição fotográfica conta com o apoio da Contati Contábil, Foto Claudio e jornal O Atibaiense.

Roberto Sion e Big Band de Atibaia

domingo, 16 de agosto de 2009

Manoel de Barros sob a sensibilidade do Grupo Chão



A companhia paulistana de teatro Grupo Chão esteve em Atibaia no final de semana apresentando o espetáculo “Ruas de Barros”. A peça narra passagens das andanças do poeta Manoel de Barros por meio de suas poesias, destacando sua criação literária denominada “criançamento das palavras”. O espetáculo é emoldurado por canções/poesias, no qual, os atores convergem em múltiplas habilidades – além de atores, dominam alguns instrumentos.
O espetáculo apresentado na Praça da Matriz, mesmo sob sol forte, não impediu o público de saborear cada palavra do poeta. Segundo a atriz Melina Anthis: “além de levar cultura, o objetivo da peça e apresentar o poeta às pessoas”.
O primeiro espetáculo do Grupo com a obra de Manoel de Barros, “Chão de Barros”, teve uma carreira bem sucedida até 2003, quando realizou sua última temporada no Centro Cultural São Paulo. Neste período de dois anos, recebeu diversos prêmios em festivais de teatro pelo País e foi aclamado pela crítica e público.
Vale destacar que Ruas de Barros foi contemplado com o Prêmio ProAc de Difusão Literária da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 2008.

Concerto Waidaiko – Atibaia Kawasuji Seiryu Daiko



Daiki Nagao


Grupo Asuka de Bragança Paulista

domingo, 9 de agosto de 2009

Não nos nossos quintais!

Ninguém quer um presídio no seu bairro, na sua cidade. Temos este direito. A polêmica não é recente, muito já se viu e certamente muito ainda está por vir sobre esta questão, contudo, a discussão deveria ser mais ampla. Acontece que, enquanto “nós” enxergarmos apenas os risco de desvalorização imobiliária e temor pelas rebeliões e fugas destas instalações, estaremos apenas jogando para debaixo do tapete um problema com dimensões muito mais graves: falhas do Estado, da sociedade e de um sistema capitalista e de consumo, portanto, deveríamos pensar também, como e por que alguns indivíduos foram parar debaixo do tapete. Somos, ou estamos, sim, impotentes para resolver as feridas sociais, mas sinceramente – somente assinar listas de repúdio para mantê-los longe dos nossos quintais - não nos leva nem até a esquina!

domingo, 2 de agosto de 2009

TV Brasil mostra Ponto de Cultura Garatuja de Atibaia no Cultura Ponto a Ponto

O Programa irá ao ar nesta quarta feira dia 5 de agosto às 20:30h. O programa apresentará a iniciativa do ponto Instituto de Arte e Cultura Garatuja, único na região, e do ponto 100 Dimensão, de Brasília.
Durante cinco meses, uma equipe da TV Brasil fez uma verdadeira maratona em dez estados e esteve em lugares onde grupos de pessoas se organizam em torno de arte e cultura popular. O resultado dessas viagens resultou na série inédita Cultura Ponto a Ponto, que tem pré-estréia no próximo dia 03 de agosto, às 20h30.
Para esta segunda temporada, foram editados 26 programas de meia hora. São pequenos documentários que mostram as atividades, os desejos e o aprendizado dos Pontos de Cultura espalhados em todo o Brasil. O nome "Pontos de Cultura”, um programa da Secretaria de Cidadania Cultural do MinC, é uma referência a todo lugar onde um grupo de pessoas se reúne para fazer arte, manter as tradições, cantar, dançar, ler, filmar etc.
Através de um edital, essas organizações ganham a parceria do estado para ter visibilidade, conseguir algum recurso financeiro e um kit multimídia - computador e mini-dv. Elas registram suas ações e adquirem ferramentas para comunicação em rede.
A produção da TV Brasil esteve em 60 dos 1.500 “pontos” instalados no país e documentou manifestações artísticas com sotaques e visões diversificadas da nossa arte e cultura popular. O programa mostra a garra, a diversidade, o empreendedorismo e a capacidade de organização dessa gente brasileira, seja em grandes centros urbanos, seja na periferia, no interior ou no sertão. O “Cultura Ponto a Ponto” é uma parceria entre a TV Brasil e o Ministério da Cultura.
O “Cultura Ponto a Ponto” vai mostrar o trabalho de percussão, teatro, dança e artes visuais do Instituto de Arte e Cultura Garatuja. Este ponto preserva as tradições da comunidade das congadas de Atibaia, São Paulo. Entre os pontos de cultura do Estado de São Paulo serão mostrados: ÓPERA DO MATO DENTRO – Campinas – SP, INJERUSALÉM – Campinas – SP, A CULTURA MORA AQUI – Campinas – SP, CINEMA EM PALAVRAS - Campinas – SP , RÁDIO MALUCO BELEZA – Campinas – SP, INSTITUTO DE ARTE E CULTURA GARATUJA– Atibaia – SP, INVENTOR DE SONHOS – Campinas – SP, INSTITUTO BRAILLE - CINEMA EM PALAVRAS – Campinas – SP, TEATRO SIA SANTA – Campinas – SP, ASSOCIAÇÃO BOA COMPANHIA – Campinas – SP, ARTE POR TODA PARTE – Hortolândia – SP, ARTE NO DIQUE – Santos – SP, BOLA DE MEIA – São José dos Campos – SP.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cadernos do Beiral

“Os Cadernos expressam ação estética e pedagógica, voltados para uma educação do sensível, na linha de João Francisco Duarte Jr, a quem o livro é dedicado”.
Em 30 de julho, às 20h, no Rancho Santa Paz, Euclides Sandoval lança o 1º volume do livro Cadernos do Beiral (diário em 18 cadernos, com mais de quatro mil páginas). Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Arte, Ensino e Produção, pela Pontifícia Universidade Católica (PUCCamp), Sandoval é membro da Association Internationale des Arts Plastiques - Maison de l' UNESCO, escritor, educador e fundador do Grupo de teatro Ipansotera.
“Os Cadernos, além de antídoto para a ansiedade, ajudam no desenvolvimento da autoconsciência. Enquanto a atividade escolar se dirige principalmente para o intelecto, a aquisição de conhecimentos e destrezas, os Cadernos articulam razão e intuição, sonho e realidade, humores do dia-a-dia – o que agrada e o que desagrada. Espécie de diário conceitual abrigam sem restrições a escrita manual, colagens de recortes, desenhos, fotos, rabiscos... Forma de sentir a si próprio, os seres e as coisas num todo significativo. Mesmo que se registrem fragmentos, vamos apurando um saber direto, mais sensível do que o sensorial da racionalidade programada do sistema em que vivemos." (Trecho de apresentação do livro Cadernos do Beiral, Câmara Clara, 2009).
A publicação é uma realização do Instituto Câmara Clara em projeto que contou com o patrocínio da Prefeitura de Atibaia - Secretaria de Cultura e Eventos, através da Lei de Incentivo a Projetos Artísticos, Orçamento Participativo.
O evento de lançamento será abrilhantado pelo Grupo Pedra 90.

Espetáculo OCO promove reflexão sobre a existência humana



Na sexta-feira, no Centro de Convenções Victor Brecheret, inserido na programação do Festival de Inverno, o grupo de dança Minik Mondó, com direção de Maria Mommensohn apresentou o espetáculo OCO – uma representação contemporânea sobre a linha existencial humana.
O espetáculo – ponto de convergência das artes visuais, teatro e musica - desenvolveu-se entre cenários e instalações estimulando os sentidos do fruidor. Estranhamento e provocações do sensível promoveram uma tempestade cerebral.
No palco sob uma grande teia, seres rastejantes indicaram o nascimento do homem, e como tal, o início do caos.
A seguir, o público foi conduzido ao saguão pelos bailarinos/atores que se deparou com instigantes elementos conceituais: um vídeo projetando uma mulher em movimento; instalações claustrofóbicas, nas quais, luzes e sombras enclausuravam seres angustiados; cantos femininos de lamento, sob vestes negras e discursos apocalípticos.
Cada elemento pontuou o desastre das relações humanas por meio de metáforas: a destruição do meio ambiente (plástico), a crise da afetividade (sob nossas cabeças havia uma boneca inflável), Um verdadeiro chamamento à retomada da consciência por meio da obra de arte, que, aliás, acredito ser a única ação que nos livra dos condicionantes cotidianos, ou pelo menos tenta!

A Copaiba



O amendoim forrageiro indicado pelo Grupo Tarja Preta deu resultado, hoje a árvore está linda

quinta-feira, 9 de julho de 2009

sábado, 27 de junho de 2009

Sonha violeiro...

Re/desconstruindo o discurso

Atibaia

Atibaia
Nesta terra abençoada, cuja pureza das águas emprestou-lhe o nome, foi plantada minha semente. Cresci em meio aos seus encantos. Desbravei seus quintais, colhi seus frutos e descobri o verdadeiro sentido da liberdade.
Minha cidade é rica em diversidade de cores e aromas, cercada por matas e rios, fontes e frutos. Nos seus caminhos ainda resistem os tons ocres e sienas reveladores de tesouros bem guardados: Manacás e Ipês tingem a mata como composição de um cenário impressionista.
Como moldura, ao fundo, ergue-se a imponente Pedra Grande, guardiã da Serra do Itapetinga, e lá do alto, quando próximos ao Criador podemos dimensionar quão pequenos somos diante de suas belezas naturais.
A cada estação do ano, a jovem senhora se apresenta com um traje novo, o mais belo de todos é certamente o outono, período em que borda seu manto azul, com lantejoulas estelares, preparando o céu para receber a lua cheia.
Quero prestar minha homenagem. Mas desta vez não vou recorrer aos poetas para inspirar-me, tampouco, aos personagens, que de alguma maneira já o fizeram. Penso que mais legitimo seja declarar sua importância em minha vida, por meio das lembranças e de passagens que construíram parte essencial da minha identidade.
Nasci em Atibaia, e como tantas outras crianças, tive o privilégio de passar a infância brincando livre nas ruas do centro.
Num tempo em que todos se conheciam, nos fins de tarde as famílias se sentavam em cadeiras em frente às casas e conversavam até noite alta - televisão era um luxo para poucos!
O domingo era especial. Tinha a retreta na Praça do Mercado. Meu pai tocava na Corporação 24 de Outubro e minha mãe vestia-me com o melhor vestido, meias brancas, laço no cabelo e sapatos de verniz para vê-lo tocar. Foi nessa época, ainda menina, que tive o primeiro contato com as obras de Sebastião Flórido, Pedro Cerbino e tantos outros compositores atibaienses e atibaianos que despertaram em mim o gosto pela musica. Marchas, dobrados e valsas, assim a banda permanece em meu coração - como um dia de festa.

Morei durante anos numa casa próxima a Companhia Têxtil Brasileira, a antiga fabrica, onde costumava me debruçar sobre as grandes janelas para expiar os trabalhadores tecerem: o aroma dos fios era doce, guardo na memória olfativa até hoje.
Impregnado também está o cheiro forte de umidade que exalava dos porões do Hotel Municipal, onde no meu imaginário morava uma bruxa. É claro que a curiosidade era maior que o medo, e o desafio era parar defronte e tentar vê-la, o susto ficava por conta do hóspede clandestino, o gato.
As aventuras de menina muitas vezes se resumiam ao entorno do centro. Desbravei seus quarteirões - como era distante uma rua da outra. Aos olhos de uma criança tudo parece maior. Vez ou outra, meu irmão e eu arriscávamos um piquenique na Estância Lynce – praticamente uma viagem! Não existiam muitas construções do centro até o bairro. Descíamos pelo morrão de terra batida, era mais seguro, os mais velhos diziam que nas proximidades do Parque das Águas, atualmente a Lucas, morava o tarado Tarzan, passávamos por detrás da Escola do Major, e logo avistávamos o Piqueri: córrego de águas transparentes, dava pra beber, e logo chegávamos ao hotel onde passávamos o dia, brincando no parquinho e pescando no lago.
Em minha memória também está nítido o cenário do Mercado Municipal, além de muito movimentado por pessoas, entre trabalhadores e fazendeiros tinha um bebedouro. Ali, enquanto os cavalos bebiam água e descansavam, os donos faziam a compra do mês nos armazéns.
Na Praça do José Alvim, no horário da saída escolar, sempre estava o vendedor de biju. Ele tinha um braço só, e me admirava que conseguisse carregar o enorme tambor e vender, ao mesmo tempo em que carregava um radinho de pilha, todo remendado, mas funcionava! Havia outras delicias como a raspadinha, o quebra queixo, algodão doce...e o doce de abóbora em forma de coração comprado na caderneta na vendinha próxima a minha casa!
Mais tarde em minha vida vieram os desfiles cívicos, aguardados com ansiedade. Naquele tempo o José Alvim preparava grandes carros alegóricos e desfilávamos orgulhosos pelo centro. Lá estava eu, de fada, de flor e até de gata borralheira...
A partir daí, a vida reservou-me novas descobertas e experiências, contudo, minha relação com Atibaia sempre se manteve fortemente ligada - origem e sentimentos atávicos entremeiam nossa historia.
Mesmo que hoje, alguns bens arquitetônicos, tão presentes em minhas lembranças tenham sido destruídos, como bem apontou o medico e escritor Carlos Pessoa Rosa: “o Hotel Municipal é um belo desenho na parede” ou ainda “quem dera que a chaminé (da têxtil) transformada em centro cultural respirasse modernidade”, fica registrado meu amor e orgulho por ser filha desta terra. (M.A)

domingo, 24 de maio de 2009

Balê Yuba

Big Band de Atibaia brilha na estréia



Roberto Sion - um dos mais respeitados instrumentistas brasileiros

O Centro de Convenções Victor Brecheret se transformou, pelo menos no imaginário do público, num grande salão de baile. A apresentação de estréia da Big Band Atibaia, sob regência do maestro Daniel Nery despertou os sentidos de cada um dos presentes, e até os mais jovens, viajou através do ritmo mágico da musica que nasceu nos guetos negros norteamericanos no final do século XIX, revolucionou os anos 20, 30 e 40, e que revelou importantes nomes, como, Glenn Miller, Bemny Goodman, Artie Shaw, Frank Sinatra, Duke Ellington e Tommy Dorsey, entre tantos outros. Não esquecendo de falar no Brasil e da Orquestra Tabajara comandada pelo maestro Severino Araújo que embalou gerações com o ritmo dançante.
A Big Band de Atibaia estreou com um brilho especial: a supervisão artística do maestro Roberto Sion, um dos mais respeitados instrumentistas brasileiros, que há dois meses tem se dedicado ao projeto idealizado por Rogério Brito.
A formação do grupo é composta por instrumentistas, em sua maioria, da cidade, fato que fortalece o ideal de valorização de nossos jovens músicos. E que músicos!

Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura

De 29 a 31 de maio, autores, como Luis Fernando Veríssimo, Ignácio de Loyola Brandão, Nilton Bonder e Cristovão Tezza, professores, estudantes e leitores reúnem-se no II Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, em São Francisco Xavier (São José dos Campos).
Realizado com sucesso pela primeira vez em 2008, o Festival da Mantiqueira faz parte da série de eventos criados pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo que estimulam o gênero literário em várias frentes: a divulgação de obras e autores, a formação de público e ainda o estímulo à criação literária.
“O festival marca o início das atividades dedicadas à literatura, que a secretaria realiza ao longo de todo o ano. Em São Francisco Xavier reunimos autores, estudantes, professores e leitores. Lá vamos revelar os finalistas da segunda edição do Prêmio São Paulo de Literatura. E logo após o evento, inicia-se o projeto Viagem Literária, que leva autores consagrados a bibliotecas públicas de mais de 50 municípios do estado. O ano é concluído com a doação de novos livros para as bibliotecas, assim como fizemos em 2008”, explica André Sturm, coordenador da Unidade de Fomento e Difusão Cultural da SEC.
O evento promoverá oficinas para estudantes, professores, profissionais de bibliotecas, atividades para crianças e shows de música.
Confira a programação completa no endereço: http://www.publishnews.com.br/downloads/Programa_Mantiqueira.pdf
(fonte: assessoria de imprensa do Festival da Mantiqueira)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Praça da Matriz

A Praça da Matriz em Atibaia, assim como outros espaços públicos de lazer, tem sido marcada pela diversidade cultural e ideológica, os conflitos resultantes das relações sociais no local são históricos. Nas décadas de 70 e 80 era ponto de encontro da geração paz e amor, dos ativistas ambientais e dos manifestantes artísticos, que dividiam o tempo e espaço com jovens que celebravam a saúde e o esporte com a prática do skate – campeões iniciaram ali seus primeiros ensaios. Naquele mesmo cenário estavam os idosos, as mães com seus filhos sob o sol da manhã, e em cantos menos iluminados também havia os personagens usuários de drogas ilícitas. Aliás, essa prática nunca se restringiu aos espaços ou limites geográficos da Matriz, mas isto deve ser tratado por autoridades competentes.
De lá para cá o que mudou? Ao longo desses quase trinta anos o perfil dos frequentadores do local se manteve o mesmo. Talvez algumas mudanças comportamentais mais ousadas provoquem um choque maior, algumas atitudes merecem reflexão individual, uma boa dose de bom senso e respeito ao outro, contudo, a praça continuará sendo um local de heterogeneidade. Um espaço de convivência público, e, portanto, não deve ser limitado às apropriações de pequenos grupos ou individuais.

sábado, 25 de abril de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Peirce ou Saussure?


(autoria Marcela Alvim)


Na casa de Ruth

Em 18 de abril, no Centro de Convenções Victor Brecheret,em Atibaia fou realizada apresentação do espetáculo infanto-juvenil “Na casa da Ruth”. Idealizado pela cantora Fortuna, é composto por poemas de Ruth Rocha musicados por Hélio Ziskind, o evento contou com a participação do ator Rafael Zilko, do Coral infantil do SESC Vila Mariana, sob gerência de Gisele Crus; e com um quarteto instrumental sob direção de Gabriel Levy. Os figurinos e os adereços foram criados a partir dos desenhos de Mariana Massarani. O roteiro e a direção geral têm a assinatura de Naum Alves de Souza. Na casa de Ruth integra a programação do Circuito Cultural Paulista.

Espaço Crescer - Livre Criatividade

Ação cidadã – construindo valores

Os trabalhos inovadores são sempre frutos de antigos sonhos. Embora o Espaço Crescer tenha iniciado suas atividades em sede própria em novembro de 2002, sua semente foi plantada muito antes, em 1998, durante as aulas de pintura e música, iniciadas por sua fundadora, Suely Ferrari.
O Espaço Crescer - Livre Criatividade está situado no bairro Chácaras Fernão Dias, em Atibaia. Nasceu sob a proposta de educar e ensinar através da arte e para isso ao longo de sua existência vem desenvolvendo ações educativas e culturais para promover a inclusão social de crianças, adolescentes, jovens e adultos, em condições sociais e econômicas menos favorecidas.
No início atendia em torno de 22 crianças do próprio bairro em um galpão cedido pela comunidade. Em 24 de outubro de 2000 foi oficializada a sua existência e passou a possuir o CNPJ n° 04.226.574/0001-33, e declarada de Utilidade Pública através da Lei Municipal n° 3.224 de 20 de março de 2002. Está inscrito no Conselho Municipal da Criança e Adolescente (COMDICA) sob o n° 27.
Em novembro de 2002, a entidade finalmente instalou-se em sua sede própria, graças à generosidade de um casal, que empolgado com o desenvolvimento das crianças doou o terreno e a construção básica de uma área de 500 metros quadrados. Hoje são 218 crianças, não só do bairro Chácaras Fernão Dias, mas também dos bairros Tanque e Esmeralda.
Em sua sede, além da assistência social, são oferecidos cursos de Educação Física, balé, Tae kwon Do, fotografia, artes, violino, informática, redação, reforço escolar, atendimento com assistente social e pediatra. Também são ministrados cursos profissionalizantes com a preocupação de proporcionar conhecimento e experiência que possibilite às crianças, adolescentes, jovens e adultos uma oportunidade sólida para se aventurar com segurança tanto no mercado de trabalho, quanto na sociedade com melhores condições.
Em 2009 o Espaço Crescer quer garantir o acesso cotidiano à internet e ao domínio das habilidades relacionadas às tecnologias de informação e comunicação; por ser um requisito indispensável à integração social e às atividades econômicas, e com esse intuito criou o projeto “O Espaço Crescer – Livre Criatividade e a inclusão no mundo digital”, cujo principal objetivo é ministrar cursos de informática básica, de navegação na internet e a realização de oficinas de capacitação na área gráfica, editorial e de web.
Está previsto ainda para o próximo semestre a revitalização da padaria, ampliando a produtividade e investindo na fabricação de bolos, tortas, pizzas e doces, como meio de auto-sustentabilidade, pois as necessidades são muitas e apesar da entidade contar com colaboradores fiéis, muito ainda tem que ser feito.
Mais informações e agendamento de visitas: (11) 4416 1843

Concerto Gala Lírica



Os cantores líricos Marta Mauler e Ricardo Russo comemoraram ao lado do maestro Daniel Nery o sucesso do concerto Gala Lírica da Banda Sinfônica Primeiro Movimento.

sábado, 21 de março de 2009

Cia Forrobodó de Teatro e Cultura Popular de São José do Rio Preto



Pau Brasil

Em 14 de março, às 20h30, o Quinteto Pau Brasil se apresentou no Centro de Convenções Victor Brecheret em Atibaia. Formado em 1979, o quinteto é um dos principais pontos de referência da música instrumental brasileira.
Sua proposta original é a criação de um repertório visceralmente brasileiro, embora provindo de influências as mais diversas, conforme preconizava Oswald de Andrade no seu "Manifesto Pau Brasil". É uma música enérgica, cheia de surpresas, de um bom humor contagiante.
Sua sonoridade única originou convites para várias turnês pelos Estados Unidos, Japão, e Europa, onde participou dos mais prestigiosos Festivais de Jazz, como os de Paris e Nancy (França), Willisau (Suiça), Freiburg (Alemanha), Sardenha (Itália), Norwich (Inglaterra), e muitos outros.
O grupo conta de oito CDs, cinco deles lançados internacionalmente. Seu CD "Babel", de 1996, foi indicado ao Grammy norte americano na categoria Best Jazz Group.
Ao longo de seus 25 anos de trajetória, mais de 20 músicos passaram por suas diversas formações, como os saxofonistas Roberto Sion e Hector Costita, o acordeonista Toninho Ferragutti, a cantora Marlui Miranda, os tecladistas Lelo Nazário e Cristóvão Bastos, e os bateristas Azael Rodrigues, Nenê, Bob Wyatt e Zé Eduardo Nazário.
O baixista Rodolfo Stroeter é o único que se mantém no grupo desde sua formação, e ampliou a "grife" Pau Brasil para um bem sucedido selo independente, responsável por alguns dos mais instigantes CDs lançados nos últimos anos.
Após alguns anos de apresentações ocasionais, o grupo ressurge agora com toda a força, trazendo além de Rodolfo mais dois de seus componentes originais, Nelson Ayres (teclados) e Paulo Bellinati (violão), o experiente e reconhecido saxofonista Teco Cardoso, e ainda apresenta o enorme talento de Ricardo Mosca (bateria).
Pau Brasil 2005 é o título no novo CD do grupo, lançado pela Biscoito Fino. E o lançamento aconteceu nos dias 13 e 14 de agosto com uma grande festa no SESC Pinheiros, onde o quinteto teve como convidados "apenas" os 70 músicos da Orquestra Jazz Sinfônica.
No repertório versões originalíssimas de clássicos brasileiros como "Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso, "Bye Bye Brasil", de Roberto Menescal e Chico Buarque, "Martelo", a quase desconhecida segunda parte das Bachianas Brasileiras n.5 de Villa Lobos; composições que já são clássicos da música instrumental como "Jongo" e "Pulo do Gato" de Paulo Bellinati, e "Só Xote", "A Arte de Voar" e "Fogo no Baile" de Nelson Ayres; e ainda deliciosas novidades como "Ciranda" de Rodolfo Stroeter e Bellinati.

(fonte: Assessoria de Imprensa do Pau Brasil)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Grota Funda

A EDUARDO BARROX

Por Euclides Sandoval

Almas constroem almas, almas enterram almas. Almas de vivos, almas de mortos. Há quem o conheceu e conviveu com ele. É para estes que, ao amanhecer de hoje, escrevo. Os que vão, tomando atalhos, vida em corte esquizofrênico, já foram nutridos pela morte. Almas cuidam de almas... Creio nisso. Ele, dois nomes. Um, aterrado em solo urbano. O outro, cosmopolita. É como estar aqui e caminhar ao lado do Sena. Dois mundos, duas vidas, numa só pessoa. Arte, o amálgama. Impossível não acreditar no espírito, quando se é tão fecundo. Espírito que continua nas próprias lidas. Tão ele, e tão integrativo. Dava pouca importância – ao que parecia – às coisas do mundo quantofrênico: compromissos de medida e preço. Espírito irrequieto, alquimista da imagem e da palavra. Sempre vendo as coisas em perspectiva. Envolvido e distante, ao mesmo tempo. Daí ser surpreendido por um corte abrupto. Num golpe de mestre, sua arte, rara arte, sobrevivia nas muitas publicações que criou. Valorizava os desconhecidos do sistema cultural, sem se submeter aos cânones que empobrecem a criatividade. Versátil, muito humano, despertava sensibilidades. Ele se acompanhava de gênios e tolos, muitos já passados. Eu, um dos tolos, meus textos e folhetim incompleto. Despertava lampejos de fé em nós mesmos. Nas relações, muitas vezes não o compreendiam e, de fato, chegava a infringir essa coisa tão bem repartida – o bom senso. Existia para transgredir, graças ao próprio e espetacular talento de artista amplo e completo. O caráter cosmopolita sempre presente. Até sofisticação. Profundamente e demasiadamente sensível, costumava brincar nas relações com quem elegia como mais próximo de seus desejos e aspirações. Sei que escrevo de forma medíocre e anárquica, sem pretender embrulhá-lo como mercadoria. Eu o conheci muito pouco. Uma pouquice inesquecível. Trabalhamos juntos, como voluntários, em um jornal. Sempre nos entendemos, até nos completando. Deixou nossa cidade, aquele belo painel da praça, criação dele e de outros grandes artistas daqui. Aqui e de lá de São Paulo me publicou. Aceitou colaborar no meu teatro, quando fiz Molière, e num ensaio fotográfico, entre sonoros tonéis de vinho. Disponível para os amigos. O atalho, por certo, não foi para o nada. Sei que continuará nos inspirando.

Por Élsie Costa


Eduardo, como muitos artistas era uma pessoa avessa às banalidades. Seu comportamento incomum e de espírito critico, deixou marcas. Foi colaborador de vários jornais em Atibaia e região como o Jornal Opinião, Fim de Semana, e realizador dos Jornais Luzes da Cidade, Blow Up, Plaza Jornal, Jornal da Praça e Café Literário (realizado na Praça Benedito Calixto), o que fazia acontecer independente de qualquer dificuldade operacional ou financeira.
Os jornais feitos pelo Eduardo eram dotados de grande beleza estética, com diagramação primorosa e arrojados. Sua capacidade aliada à grande afetividade se contrapunha aos vícios do cotidiano primário, das relações pobres do toma lá, dá cá. Seus textos sensíveis e contundentes ao lado de imagens fortes e belas enchiam nossos olhos, nossa alma

Mario Merege em "Outros Caminhos"

EXPOSIÇÃO "POR OUTROS CAMINHOS"

M.MEREGE - Mario Merege Junior é natural da cidade de São Paulo . Desde 2000 reside em Atibaia, é funcionário público do Estado e tem a fotografia como hobby.
Após mudar-se para Atibaia, passou a fazer parte do Clube Atibaiense de Fotografia, que o ajudou sobremaneira, a desenvolver sua visão de fotografia como arte.
Para ele a fotografia transcende a barreira da linguagem, pois aumenta sua compreensão de mundo e incorpora à sua vida uma sensibilidade mais aguçada em relação à beleza. Assim, para a maioria das pessoas, a imagem dos galhos secos de uma árvore no meio do deserto nada representa, mas para o fotógrafo, tal imagem pode estar cheia de vida e beleza e é através da foto que ele tenta passar essa visão.
Para a exposição "Outros Caminhos", Mario apresenta fotos obtidas de locais pouco conhecidos do público em geral, distantes dos grandes centros urbanos. Essa fuga das grandes cidades está relacionada com sua visão mais "campestre" sobre a arte da fotografia e é essa visão que ele procura transmitir em suas fotos.
EXPOSIÇÃO "POR OUTROS CAMINHOS"
Local : ESPAÇO REVELAR- Al. Lucas Nogueira Garcêz 3.062
DE 19/02/2009 A 25/02/2009

M.Merege


M.Merege

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cinema com Pipoca

Em 21 de janeiro, no Cine Atibaia, inserido na programação do Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual, Euclides Sandoval lançou o livro Cinema com Pipoca. A obra traz uma compilação de textos informativos e reflexivos sobre clássicos do cinema exibidos na década de 80, nas sessões do Cineclube InterAção Ecológica, quando fervilhavam ideologias no centro de um dos mais importantes movimentos culturais e ambientais de Atibaia.
Estes textos de Euclides Sandoval serviram como ponto de partida para os debates que aconteciam após cada sessão de cinema realizada no Museu João Batista Conti.
O movimento cineclubista ganhou força. As sessões foram levadas para centros comunitários, praças, colégios, bares, clubes, Câmara Municipal e outros bairros. Destaca-se, do movimento, entre outras realizações, a 1ª Mostra Jovem de Cinema Surreal que contou com a parceria da Cinemateca Brasileira.
Nesta época o cinema brasileiro passava por uma grave crise (a maioria das edificações eram demolidas e transformadas em estacionamentos, ou outro comércio), em Atibaia os cines Paraíso e Itá haviam sido desativados. O movimento foi fundamental para o fortalecimento e resgate desta arte.
Cinema com Pipoca traz 40 títulos que inspiraram subtítulos e textos despertadores de reflexões. Cada filme é fio condutor para questionamentos sociais, políticos e filosóficos. Uns apontam valores perdidos durante o processo civilizatório – põem o dedo na ferida do status quo, outros priorizam a fantasia, a poesia.
O texto de O Enigma de Kaspar Hauser, obra-prima de Werner Herzog, por exemplo, percorre o caminho dos sentidos (ou a atual ausência deles). Abaixo o utilitarismo, grita Sandoval, citando Lauro de Oliveira Lima: “Temos o gene da diversidade, mas a massificação é tão intensa que poucos se dão conta de que somos computadores programados para fazer crochê”, e conclui: “E, de repente, o próprio crochê, como no caso de Kaspar Hauser, pode ser a alternativa de escape para quem é visto como caixa - de - respostas, ou figura exótica capaz de quebrar a pasmaceira hipócrita de socialites e esnobes enfadonhos”.
Em Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, baseado no clássico de Graciliano Ramos, o autor nos lança no território da miséria e dos excluídos, aliás, condição universal contemporânea.
Tomates Verdes Fritos, de Jon Avnet, inspira o demasiado humano, no qual, encontramos a “Receita para quem quer refletir em época de crises, ou de modelo econômico fracassado, quando se privilegia o mercado, não o homem e os sentimentos”. E por ai vai, numa sequência de obras-primas.
Para Sandoval não há pretensão em fazer crítica de cinema, e afirma: “Pus meu coração e mente no livro”.
Além das fichas, Cinema com Pipoca contempla o leitor com dados históricos do surgimento do cineclubismo em Atibaia. Do movimento precursor da década de 45, capitaneado por André Carneiro e César Mêmolo, com as Sessões Especiais de Cinema e Arte, até o atual Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual.
O livro é delicioso! (vamos explorar os sentidos). E não poderia ser diferente - sob o tratamento sensível de Euclides Sandoval os sabores fluem como frutos colhidos no pé.
Como sugere o autor, experimente ler o livro ouvindo composições clássicas do cinema. Sugiro Ennio Morricone e orquestra.
Ficha Técnica: Cinema com Pipoca, edição e realização do Instituto de Arte e Cultura garatuja, projeto gráfico de Marcio Zago, impresso na Gráfica Redijo e patrocinado pela Prefeitura da Estância de Atibaia.