quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Conferência de Cultura revelou o amadurecimento do setor

Nos dias 19 e 20 de outubro, no Fórum Cidadania, foi realizada a 2ª Conferência Municipal da Cultura. No primeiro dia foram debatidos e eixos temáticos apresentados pelos grupos e representantes inscritos. No segundo dia foi realizada a votação, na qual foram eleitos 20 delegados, sendo 10 suplentes, os quais representarão Atibaia nas conferências estadual e federal. Na oportunidade também foram eleitas as entidades que comporão o Conselho Municipal de Cultura, que segundo previsto deve ser constituído por 50% de representantes do poder publico e 50% por entidades da organização civil.
Segundo dados da Secretaria de Cultura e Eventos, o resultado foi o seguinte: Associação Difusão Cultural de Atibaia (84 votos), Corporação Musical 24 de Outubro (79 votos), APAFAMA – Associação de Pais e Amigos da Fanfarra Municipal de Atibaia (74 votos), O.V.C.A. - Orquestra de Viola Caipira de Atibaia (67 votos) Fraternidade Universal Projeto Curumim (51 votos), S.I.M.Bi.O.S.E. - Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (43 votos), ALA – Academia Literária Atibaiense (43 votos), Instituto de Arte e Cultura Garatuja (42 votos), AUCAR – Associação de Umbanda e Candomblé de Atibaia e Região (40 votos), AMADA – Associação dos Moradores e Amigos do Alvinópolis (19 votos), U.E.S.A. - União das Escolas de Samba de Atibaia (06 votos).
No entanto, o resultado foi questionado por alguns artistas e produtores locais, que segundo afirmam, as entidades que venceram já mantém convênio com o poder público. Outra questão levantada foi à verba do Sistema Nacional de Cultura que será destinada ao Fundo Municipal de Cultura.
Vitor Carvalho, secretário-adjunto da Cultura, esclareceu que a eleição ocorreu de forma democrática, respeitando as leis e o regulamento determinado pelo Conselho Municipal de Cultura. Em relação à verba do Sistema Nacional de Cultura, disse: “o Sistema tornará obrigatório o investimento de 1% da arrecadação dos municípios na área da cultura, assim como já acontece com os obrigatórios 25% para educação e 15% para saúde. Vale lembrar que a grande maioria dos municípios brasileiros não atinge 1%. Em Atibaia já atingimos a marca de quase 1,7%, portanto, nada será alterado”. O que precisa ser mobilizado é a criação de novos mecanismos para que gerem mais recursos para o fundo municipal de cultura, que através de sugestões do Conselho Municipal de Cultura ao executivo, destinará os valores. Lembrando que por lei, o Conselho Municipal de Cultura é consultivo e não deliberativo. E conclui: “apesar de muitos defenderem a posição de que o Conselho deveria ser deliberativo, quem responde ao Tribunal de Contas pelas leis vigentes é o poder público municipal já constituído de forma legítima e democrática”.
Os diferentes posicionamentos fazem parte de um processo de amadurecimento e, sobretudo, de fortalecimento do setor. A própria diversidade pressupõe o respeito às diferentes opiniões. O importante é que haja consenso no bem maior que é a cultura para todos.
Reconheço, no entanto, uma falha no modelo. Por que só entidades podem pleitear participação na votação? Como ficam, por exemplo, os indivíduos que desenvolvem ações importantes na cultura e não puderam participar do processo por não serem associados a nenhuma entidade?

sábado, 24 de outubro de 2009

Mudança de Paradigma

MUDANÇA DE PARADIGMA

Artigo escrito em 2007, contudo, sob meu ponto de vista, permanece atual.

Marta Alvim

O amadorismo e política da ausência que por anos impediu a cultura como direito de cidadania vem sendo substituído por políticas públicas culturais. Embora recente, e ainda em fase de processamento de transformações, esta mudança de paradigma que vivenciamos atualmente em Atibaia pontua como direito básico as manifestações artísticas e culturais. Fato que beneficia tanto o cidadão no direito de se desenvolver culturalmente, quanto aos artistas e produtores culturais, na visibilidade e valorização de seus produtos.
Outra questão extremamente relevante foi a renovação dos espaços e aquisição de bens patrimoniais culturais, vale destacar que, há alguns anos, a Casa da Cultura Jandira Massoni era o único local público destinado às apresentações de teatro, literatura, música, exposições de artes visuais, porém, pela limitação do espaço ocorria inevitavelmente a desvalorização da produção.
Atualmente estruturas físicas como Centro de Convenções Victor Brecheret, atendem parcialmente a demanda destas produções e propicia melhores condições de fruição. O Cine Itá é outro espaço que se reformado irá se transformar numa excelente opção. Com o crescimento do segmento já podemos vislumbrar novas necessidades.
No decorrer destas mudanças houve simultaneamente a necessidade de organização e profissionalização dos grupos e indivíduos produtores, fato que eliminou definitivamente o ranço paternalista. Os movimentos artísticos e culturais para terem legitimidade devem ser organizados e desenvolvidos de forma independente.
Por outro lado cabe ao governo, através da Secretaria de Cultura e Eventos manter programas de fomento cultural no sentido de viabilizar a participação destes produtores contemplando projetos por meio de editais regulares e calendário de eventos. A profissionalização do segmento visa assegurar meios para captação de recursos.
A “Operação Fênix” no cenário cultural de Atibaia pode ser observada pela criação da Orquestra Sinfônica Jovem de Atibaia, no programa Música e Cidadania, Festival de Cinema, Orquestra de Viola Caipira, Museu da Gravura, Pinacoteca, Orçamento Participativo, Oficinas Comunitárias, entre outras.
Nesta mesma direção caminham os institutos e associações não-governamentais culturais que cada vez mais tem contribuído para o fortalecimento da arte e cultura.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Banda Sinfônica Primeiro Movimento - Atibaia



O concerto Meu Brasil Brasileiro apresentado em 11 de outubro, no CCVB, pela Banda Sinfônica Primeiro Movimento destacou grandes nomes do cenário da musica brasileira. O programa temático, como já é tradição das apresentações da banda, permite que além da apreciação musical o público contextualize os movimentos e amplie o conhecimento sobre a época e a vida dos compositores. Neste sentido, entre uma obra e outra, e de forma didática, o maestro Daniel Nery conduz a viagem musical e no tempo.
O espetáculo contou com a participação de um grupo vocal, sob orientação de Lico Candeias, especialmente criado para o evento. Cantores com experiência em diversos corais de Atibaia formaram um grupo seleto que agradou. Quem sabe nasce aí o coral da Banda Sinfônica Primeiro Movimento!
Um aparte que merece destaque é a visível profissionalização e crescimento da banda - mesmo num cenário de dificuldades de patrocínio, fato que infelizmente é comum no Brasil, ela tem superado com mérito as crises e atualmente é porta de entrada para jovens músicos de Atibaia e região.