quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Família



Sou uma mulher no auge da carreira profissional. Com família constituída e feliz, independente, amada e respeitada. Respondo pela carinhosa (?) alcunha de mulher contemporânea, trocando em miúdos “mulher maravilha”, aquela que acumula funções e vive feito uma equilibrista doída para que todas elas tenham resultados, no mínimo, perfeitos!
Tenho habilidades múltiplas: frito batatas de salto alto enquanto agendo uma entrevista, sobre políticas públicas, com o prefeito local, ao mesmo tempo em que verifico a roupa na máquina de lavar e o que falta na geladeira.
Atualmente, quando vou à feira comprar legumes frescos, carrego comigo e leio, entre um pé de espinafre e um de couve, a apostila sobre Semiótica Peirceana.
De vez em quando surge uma crise existencial, agravada pela síndrome da Tensão Pré-Menstrual (TPM), e a extra-sístole que me lembra a todo instante que o coração pulsa (e como pulsa), colocando em xeque todas as minhas referências e decisões. Mas quando isso acontece, respiro fundo, e rio de mim mesma – afinal, amo esta vida!

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